Anjos ou Demônios ?


Mas então quem é EXU?


(tranca rua das 7 encruzilhadas)



Ele é o guardião dos caminhos, soldado dos Pretos-velhos e Caboclos, emissário entre os homens e os Orixás, lutador contra o mau, sempre de frente, sem medo, sem mandar recado.
Exu não faz mau a ninguém, mas joga para cima de quem merece, quem realmente é mau o mau que essa pessoa fez a outra. Ele devolve, as vezes com até mais força, os trabalhos que alguns fizeram contra outros. Por isso, algumas pessoas consideram esse Orixá malvado.
Existem entidades que se dizem Exu e que fazem somente o mau em troca de presentes aos seus médiuns ou por grandes e custosas obrigações, serviços. Não se engane, Exu que é Exu, não faz mau, a não ser com quem merece e além disso, quando ajuda a uma pessoa não pede nada em troca, a não ser que a pessoa tome juízo, se comporte bem na vida, acredite em Deus e tenha fé.


Exu, O Guia.


Existem dois portadores do nome Exu. Um é o Orixá Exu. O outro, são os Guias chamados de Exu (espíritos, muitos, não mais reencarnacionais) que vêm na emanação principal de Exu (O Orixá) que lhes deu suas características, seus gostos, seus hábitos. Porém, esses Exus, também são subordinados a um Orixá regente, que pode ser Omulu, Xangô, Oxossí, ...
Correntes antigas, Esotéricas, montaram uma hierarquia para os Exus (Guias), relacionando 7 (sete) Exus (Guias) principais, considerados como os 7 (sete) chefes de Legião, que comandam e coordenam outros Exus (Falanges), sendo que cada um de seus comandados também comandam mais 7 (sete), seguindo uma ordem hierárquica de cima para baixo de 7 (sete) em 7 (sete).
São eles os 7 (sete) Exus guardiões ou principais:
  • Sr. Sete Encruzilhadas;
  • Sr. Marabô;
  • Sr. Tranca Ruas;
  • Sr. Tiriri;
  • Sr. Gira Mundo;
  • Sr. Veludo;
  • Sra. Pomba Gira ou Bombo Gira.

Cada um desses amigos trabalha dentro das 7 (sete) linhas da UMBANDA, lutando contra o mal e ajudando as pessoas.

Malandro do Morro da Mangueira.


A alegria não durou, pois ele teve que voltar
Para o Morro da Mangueira que é seu lugar
Para não magoar a baiana
Aquele bom malandro cantou
Que em Mangueira a poesia, feito o mar, se alastrou

Tudo começou quando ele chegou na Bahia
Cantando aquele samba de Tupi de Braz de Pina
Conhecendo a malandragem ali do Pelô
Sem mais nem menos ele avistou
A baiana faceira subindo a ladeira
Filha de Orixá Iaiá mandingueira
Uma idéia, um olhar, então se cruzaram
Como num sonho encantado se apaixonaram
Foi aí que começou uma linda história de amor
A baiana pelo forasteiro se encantou
Só que aquele romance não duraria muito tempo
Pois o malandro voltaria para o Rio de Janeiro
Era mandingueiro, tocava berimbau
Na hora do Quebra Jereba não corria do pau
Capoeirista de moral, respeito e fé
Dobrava um rum como ninguém nas gírias de candomblé
Bem alinhado, vestido todo de branco
Uma pena azul no chapéu pra saudar o Santo
E cantava, ah! Como ele cantava
Pra Oxossi, santo que em sua cabeça mandava
E ao cantar rezava mesmo no seu inconsciente
Não gostaria que sua baiana sofresse
Pois chegara o dia de sua partida
E sua baiana ele nunca mais veria...

Um malandro não casa
Um malandro não é feliz
Um malandro não é feliz
O seu destino não quis

Aquela baiana ao ver seu homem partir
Dali pra frente dificilmente voltaria a sorrir
Aquele navio que zarpara com destino ao Rio de Janeiro
Levara seu amor único e verdadeiro
Igomar Navarro, Neguinho da Mangueira
João da Baiana, nascido na Estação Primeira
Respeitado em Madureira, no Jongo da Serrinha
Portela, considerado na favela
Na Praça Onze era o Rei do Carnaval
Relíquia natural de um Brasil desigual
O Carnaval era a festa do povo
Das comunidades, da gente do morro
E do morro ele olhava o povo
Trabalhando, sofrendo, passando sufoco
E dizia: Oxossi existe, eu sei
Por isso eu também tenho um Rei
E cantava com sua bela garganta afinada
Compunha com sua mente iluminada
O coração batia, a saudade apertava
Pois da sua baiana se lembrava
Um homem de várias mulheres, várias ilusões
Poucos sonhos, muitas decepções
No seu mundo de sambas e canções
Morreu degolado nos braços de uma de suas paixões
Considerado hoje até nas Amoreiras
Nascido e criado na Estação Primeira
Levou com ele três coisas, a Mangueira, o samba
E a sua inesquecível baiana