Pra conhecer a boêmia,
Tem que ver romper o dia,
E ouvir aquela história q passou la na Bahia, 

Quem não conhece negro Zé alforriado,
Seu terno branco pano bom vem engomado, Conta à história que ele também foi doutor, Apesar da boemia ele só teve um grande amor.

Zé da Estrada.

Ele é cabeça feita,
Tem um nome a zelar,
Mas desaforo não aceita,
Nunca se deixa levar,
Ele sempre ajuda quem nele tem fé,
Diz aí, saravá, seu zé,
É na palma da mão e cantando com fé,
Diz aí, saravá, seu zé,
Saravá, seu zé,
Saravá, seu zé,
Ele sempre ajuda quem nele tem fé.

Malandros na linha da esquerda, Concorda ???


     Os malandros podem ser considerados entidades regionais, já que grande parte de suas manifestações se dá no rio de janeiro. 
     Malandros são entidades de Umbanda cultuada nesse estado e cujo maior representante é Zé Pelintra.
     Em geral, os malandros quando lhes é dada essa possibilidade, vestem-se de branco, com o sapato e chapéu combinando, adornados com detalhes em vermelho e raramente preto. 
     Existem algumas exceções e essa regra como é o caso do Malandro Zé Pretinho, que veste terno preto e bengala, e por isso é facilmente confundido com Exu. 
     Ha também muitos malandros que encarnam a figura do sambista, com camisa listrada e chapéu do panamá. 
     Ha também mulatas, figuras femininas dos malandros, e as "marias" entidades de nome mais populares. Muitas delas com histórias divulgadas alem da umbanda, como no caso da Rosa palmeirão, citada em alguns livros de Jorge Amado, que hoje são entidades da linha dos malandros. 
    Outras entidades que hoje também são tidas como malandros sao provenientes da jurema e do catimbó, onde são mestres e encantados. 


Texto retirado do livro "Esquerda na Umbanda", de Janaina Azevedo Corral. 

Malandras


 Nomes

  • Maria Navalha
  • Maria Navalhada
  • Malandrinha
Seu ilá é de guerra, pois vem por Oyá (Iansã), mas não gosta de ser mandada.
 Dança lindamente como uma mulata do olodum.
 Perigosa e verdadeira. Diz que nunca foi mãe, nem casada, nem teve casa.

Historia 

No cais da Bahia, junto ao mercado modelo, onde os saveiros descarregavam frutas, cacau, fumo, viveu a  Maria Navalha. Malandros, marinheiros cheirando a sal, vendederes de acarajé, capoeiristas, eram os seus companheiros. Ela usava uma saia estampada de chitão, uma blusa preta de babados, um chapéu negro prendendo seus cabelos vermelhos e dançava na roda de malandros.
Cai a noite e o amor. "áis" de amor se ouviam nos saveiros, nas ruas pobres de salvador. E lá estava ela, com sua navalha na liga, sua defesa de mulher-dama ( mulher que vendia o amor ) para os que não queriam pagar. Jovem pobre, feiticeira, freqüentadores dos cadomblés que enchiam as madrugadas com os sons dos atabaques, ela ganhava a vida pelo amor e pelo jogo de ronda. Companheira dos malandros, dos marujos, dos bambas das ladeiras do velho pelourinho, amante ardente e carinhosa, mas com gênio forte, ela ganhou o nome de Maria Navalha dos velhos eluôs baianos. Moça vinda do interior da Bahia, sozinha, fazia ela mesmo suas roupas e nunca deixava seu chapéu preto brilhoso. Amou coronéis de cacau, jogadores dos cassinos, marujos tatuados, mas seu grande amor foi o malandro Zé pelintra da meia-noite.
Hoje, baixa na linha de exu, perigosa pombagira malandra, carteia e faz ebós diferentes, não como a famosa Maria Padilha e Molambo. Mas não pense que ela é fraca. Força de magia, faz trabalhos costurados, com caco de vidros, bebe suas cervejas, fuma seus cigarros e quando chega na banda do templo de magia cigana traz uma alegria encrivel. Morreu há 55 anos e fala que no cais moram crianças abandonadas, bêbados, pretas com seus tabuleiros em X, pobres sem casa, carteadores, mulheres da noite. 

Bebidas   Cerveja
Comidas  cebola roxa, salaminho, coisas que há nos botequins.



Pontos Cantados

Ela é Maria navalha -
Mora na beira do cais -
É mulher de Zé malandro -
Zé pelintra e outros mais -

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Eu vou beber -
vou farriar -
para a polícia me levar -
eu moro em Casa Amarela -
e quem quizer saber meu nome -
sou eu Maria Navalha. -

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Mulher de malandro tem nome -
se conhece pela se aia -
vara curta e onça brava -
ela é maria navalha -

malandro 7 navalhadas.



NÃO MEXE NÃO
       NÃO MEXE COM ESSA NEGA NÃO ELA É PROMETIDA CUMPADE VAI ARRUMAR CONFUSÃO. (2x)
 O MALANDRO DESSA NEGA É UM CARA VALENTÃO ELE USA NAVALHA NA CINTA TEM RABO DE ARRAIAE BRIGA NA MÃO.

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SETE NAVALHAS QUANDO DESCE O MORRO 
                 ATÉ EU QUE SOU MALANDRO JURO POR DEUS QUE CORRO

Malandro Miguel / Malandro camisa preta.



Lapa dos capoeiras
Miguelzinho, Camisa Preta
Meia-Noite e Edgar
Lapa, minha Lapa Boêmia
A lua so vai pra casa
Depois do sol raiar
Falta uma torre na igreja
Vou lhe contar, meu irmão
Foi na briga de Floriano
Foi um tiro de canhao
E nesse dia a Lapa vadia
Teve sua gloria
Deixou o nome na historia.